"Não apagueis o Espírito."
1Ts 5:19
As epístolas aos Tessalonicenses falam
apenas de passagem sobre o Espírito Santo. Expressa uma profunda preocupação a
respeito dos novos convertidos. Deus havia estabelecido a igreja local por
intermédio do Espírito Santo. Mas, por causa da perseguição, Paulo foi obrigado
a ir embora. Ele lhes escreve para encorajá-los. Não devem esquecer-se de que o
evangelho não veio a eles "somente em palavras, mas também em poder, e no
Espírito Santo, e em muita certeza" (1Ts 1.5). Como
resultado, os crentes se tornaram seguidores (imitadores) dos evangelistas e do
Senhor, "recebendo a palavra em muita tribulação [perseguição], com gozo
do Espírito Santo" (1.6).
Vemos nisso, que por mais que Atos
dedique atenção ao Espírito Santo, nem sempre menciona fatos que são explicados
noutras partes do Novo Testamento. Atos narra a oposição em Tessalônica, mas
não menciona a obra do Espírito Santo ali. Cita, apenas, a perseguição judaica:
"Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também aqui" (At 17.6).
Mas, com base no que Paulo diz, fica claro que tinham os mesmos sinais que
possuíam os demais apóstolos (At 2.43). A alegria e o Espírito Santo também
enchiam os tessalonicenses, bem como as outras igrejas.
Paulo, no entanto, precisava conclamar
esses novos convertidos a abster-se dos pecados sexuais (1Ts
4.3). Provinham de uma cultura grega que não tinha a mínima idéia da pureza
moral ou do que a Bíblia ensina a respeito do casamento (Mt 19.4-6). Paulo
os fez lembrar que "não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a
santificação. Portanto, quem despreza [não reconhece] isto não despreza
[rejeita] ao homem, mas sim a Deus, que nos deu também o seu Espírito
Santo" (4.7,8). A chamada a uma vida santa, dedicada à vontade de Deus e
ao seu caminho, está de acordo com a natureza de Cristo, e também com a
natureza santa do Espírito. Ele é o Espírito Santo.
E provável que Paulo tivesse isso em
mente, quando disse: "Não extingais o Espírito" (1Ts 5.19).
"Extinguir" é uma palavra usada no sentido de apagar um fogo (Mc
9.44,46,48, onde as chamas do Geena, o lago de fogo, não podem ser apagadas), e
das lâmpadas que se apagam (Mateus 25.8, "as nossas lâmpadas se
apagam"), ou que são apagadas (Mt 12.20). É também usada quanto ao
suprimir o poder do fogo (Hb 11.34, onde provavelmente se refira a Daniel
3.25-28, onde o fogo não foi apagado, mas não teve poder sobre os três
hebreus). A alegria que tinham no Espírito Santo, ao servirem a Deus, e
esperarem a vinda de Jesus (1Ts 1.9,10), poderia se extinguir, se
o Espírito Santo fosse substituído pelo pecado.
O Espírito Santo pode ser extinguido,
também, por uma atitude errada, conforme indica o apelo que Paulo faz em
seguida: "Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o que é
bom". Rejeitavam as profecias, e consideravam-nas inúteis. Está
subentendida uma arrogante atitude de desprezo. Possivelmente, alguns dos que
alegavam possuir esse dom, não estivessem à altura dos padrões bíblicos de
santidade. Ou, talvez, alguns deles tenham falado de seus próprios desejos ou
entusiasmo mais do que mediante o Espírito Santo. Tais profecias realmente
estariam sem sentido, e poderiam predizer coisas que não seriam cumpridas.
O desprezo e a arrogância, no entanto,
não são obras do Espírito Santo.O) A solução não é rejeitar as profecias, como
se algumas fossem falsas. Pelo contrário, devem ser submetidas ao teste,
rejeitadas as duvidosas e retidas as boas. (Dt 13.1-4; 18.21,22;
1Co 14.29).
Vemos em 2 Tessalonicenses a existência
de profecias entre eles que precisavam ser analisadas. Alguns penetraram na
igreja para perturbar os crentes, ensinando-lhes que não podiam depositar sua
esperança em encontrar-se com o Senhor nos ares (1Ts 4.16,17).
Alegavam a mudança de opinião de Paulo, o qual agora ensinava que já estavam no
Dia do Senhor. Isto significava que nada podiam esperar, senão permanecer na
Terra durante os futuros julgamentos. Para reforçar suas idéias, não somente
trouxeram relatórios e cartas forjadas, supostamente da parte de Paulo, mas
alegavam ter apoio do "espírito" que passava por profecia ou outro
dom do Espírito Santo.
Paulo, decididamente, não mudara de
opinião. Ele proclamava a verdade que lhe fora confiada por Cristo (Gl
1.8,11). Os crentes podiam testar as referidas profecias, os testemunhos, e as
cartas à luz da Palavra que eleja lhes transmitira (2Ts 2.5).
Realmente, os crentes podiam desfrutar da salvação, e
não amargar a ira que estava para vir sobre a Terra (1Ts 5.9; 2Ts 2.13; compare com Apocalipse 16.1).
O propósito de Deus para os
crentes sempre foi a salvação (inclusive nossa herança em Cristo, e no novo Céu
e na nova Terra).
Entretanto, duas coisas são necessárias para continuarmos no
caminho para a salvação. São a santificação (dedicação, consagração a Deus e à
sua obra e vontade) no Espírito Santo e a fé na verdade (o Evangelho).
Realmente, ambas se tornam eficazes em nossa vida pela obra do Espírito Santo.
As duas também exigem a nossa receptividade.
***
Fonte:
O que a Bíblia diz sobre o Espírito Santo
Amém.Gostei muito desse estudo.
ResponderExcluirParabéns.