O Espírito Santo é o
representante de Cristo; a ele está entregue toda a administração da igreja até
a volta de Jesus.
Cristo sentou-se no céu onde
Deus "sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja",
e o Espírito desceu para começar a obra de edificar o corpo de Cristo. O
propósito final do Consolador é o aperfeiçoamento do corpo de Cristo. A
crença na direção do Espírito estava profundamente arraigada na igreja
primitiva. Não havia nenhum aspecto da vida em que não se reconhecesse seu
direito de dirigir, ou em que não se sentisse o efeito de sua direção. A
igreja entregou inteiramente sua vida à direção do Espírito; ela começou a
rejeitar as formas fixas de adoração, até que no fim do século, a
influência do Espírito começou a declinar e as práticas eclesiásticas ocuparam
o lugar da direção do Espírito.
A direção do Espírito é reconhecida nos
seguintes aspectos da vida da igreja:
(a) Administração. Os grandes
movimentos missionários da igreja primitiva foram ordenados e aprovados
pelo Espírito. (At 8:29; 10:19, 44; 13:2, 4.) Paulo estava consciente de
que todo o seu ministério era inspirado pelo Espírito Santo. (Rm 15:18,
19.) Em todas as suas viagens ele reconhecia a direção do Espírito. (At 6:3;
20:28.)
(b) Pregação. Os cristãos
primitivos estavam acostumados a ouvir o Evangelho pregado "pelo
Espírito Santo enviado do céu" (1Pd 1:12), o qual recebiam "com
gozo do Espírito Santo" (1Ts 1:6). "Porque nosso Evangelho não foi
a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em
muita certeza" (1Ts 1:5).
O pastor A. J. Gordon, há muitos
anos fez a seguinte declaração: "Nossa época está perdendo
seu contato com o sobrenatural: o púlpito está descendo ao nível
da plataforma secular."
(c) Oração. Jesus, tal qual
João, ensinou a seus discípulos um modelo de oração como guia em suas
petições. Porém, antes de partir, ele falou de nova classe de oração,
oração "em meu nome" (Jo 16:23), não repetindo seu nome como uma
espécie de superstição, mas, sim, como um modo de se aproximar de Deus,
unido espiritualmente a Cristo pelo Espírito. Desse modo oramos
como se Jesus mesmo estivesse na presença de Deus. Paulo fala de
"orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito"
(Ef 6:18). Judas descreve os verdadeiros cristãos como "orando
no Espírito Santo" (v. 20). Em Romanos 8: 26, 27, lemos que o
Espírito está fazendo em nós o mesmo que Cristo está fazendo por nós no
céu, isto é, está intercedendo por nós. (Hb 7:25.) Assim como na terra
Cristo ensinou a seus discípulos como deviam orar, da mesma maneira, hoje,
ele ensina a mesma lição por meio do Consolador ou Ajudador. Naquele
tempo foi por uma forma externa; agora é por uma direção interna.
(d) Canto. Como resultado de
ser cheios do Espírito, os crentes estarão "falando entre vós em
salmos e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor
no vosso coração" (Ef 5:18,19). "Falando entre vós" significa
o canto congregacional. "Salmos" pode se referir aos salmos do Antigo Testamento,
os quais eram cantados; "cânticos espirituais"
denotam expressões espontâneas de melodia e louvor inspiradas diretamente
pelo Espírito Santo.
(e) Testemunho. Na igreja
primitiva não existia essa linha de separação entre o ministério e o povo
leigo que hoje em dia se observa na cristandade. A igreja era governada
por um grupo ou concilio de anciãos, mas o ministério de expressão pública
não estava estritamente limitado a eles. A qualquer que
estivesse dotado com algum dom do Espírito, quer fosse profecia,
ensino, sabedoria, línguas ou interpretação, lhe era
permitido contribuir com sua parte no culto. A metáfora "corpo de
Cristo" descreve bem o funcionamento da adoração coletiva sob o controle
do Espírito. Isso traz à nossa mente a cena dum grupo de membros, um após
outro, contribuindo com sua função particular no ato completo da adoração,
e todos, igualmente, dirigidos pelo mesmo poder animador.
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