"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres,"
Embora alguns entendam que pastores e
mestres são ministérios distintos em Efésios 4.11, estão unidos entre si. A
repetição das palavras uns e outros indica que apenas quatro
ministérios são contemplados, e que os pastores também são mestres.
Pastor, aqui, não é usado no sentido moderno da palavra.
(Nossos pastores ficam mais perto do ancião-presbítero-bispo do Novo
Testamento, o oficial administrador da igreja local, "apto para
ensinar": 1Tm 3.2).
A palavra pastor, em todas as
passagens do Novo Testamento, alude-se ao apascentador de ovelhas. A mesma
palavra grega se refere a Jesus como o grande Pastor das ovelhas (Hb
13.20), nosso Bom Pastor (Jo 10.2,11,14,16; 1Pd 2.25). O pastor oriental
levava seu rebanho para a comida e a água (Salmos 23.2). A própria palavra pastor
em Hebraico significa alimentador. A principal preocupação do
pastor, segundo o uso do termo aqui, não é, portanto, dirigir os negócios da
igreja, mas ensinar os membros. O bom alimento, naturalmente, é a Palavra de
Deus. E a tarefa do pastor-mestre é explicá-la e torná-la mais fácil para o
povo compreender, assimilar e aplicar. Vivemos em um mundo em evolução, quando
novos problemas, novas perguntas e novas circunstâncias precisam da ajuda de um
mestre para indicar os princípios da Palavra de Deus e demonstrar como se
relacionam com nossa vida diária. Esta é a obra do mestre que tem o dom do
Espírito Santo e é dedicado a Cristo.
Jesus é, também, o Grande Mestre. O
Espírito Santo se destaca como o Ensinador, tanto quanto Ele é o Espírito de
Poder e de Profecia, ou talvez ainda mais (Jo 14.17,26). É verdade que o
Espírito Santo nos ensina diretamente (2Co 3.3; Jo 6.45; 1Jo
2.20,27; Jr 31.34). Não precisamos da autoridade humana para obter a
certeza da nossa salvação, nem necessitamos de alguém para nos ensinar sobre o
Senhor, de uma maneira mais eficiente e pessoal. O Espírito Santo e a Palavra
bastam para isso. Mas mestres com o dom do Espírito, dados por
Cristo à Igreja, podem ressaltar verdades negligenciadas, e ajudar a treinar e
a inspirar outros para também se tornarem mestres. Deus quer que todos se
tornem mestres, para que ensinem a Palavra aos outros. Mas, primeiramente,
precisamos de mestres que nos alimentem com o leite e a carne da Palavra
(Hb 5.12-14).
Apoio é um exemplo de mestre que
"regava" o que Paulo plantara em Corinto, e que ajudava as pessoas a
crescer espiritualmente, mediante seu ensino que trazia refrigério (At 18.27;
1Co 3.6). O seu ensino deve ter vindo com "os rios de água
viva", com o poderoso transbordar do Espírito Santo (Jo 7.38).
Lembre-se, também, que Apoio tinha um espírito apto para aprender (At 18.26).
Infelizmente, há os que "aprendem
sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade" (2Tm 3.7),
líderes cegos dos cegos (Mt 15.14), falsos mestres que negam o Senhor que
os comprou (2Pd 2.1). A estes, Deus não poupará. Os cristãos, que amam e
honram a Jesus, podem desfrutar da união no Espírito e na fé, mesmo se discordarem
entre si em alguns aspectos, ou até mesmo nos seus métodos de interpretar a
Bíblia. Amamos os pecadores, mesmo os que negam o Senhor, quando os atraímos de
volta para Deus. Mas isso é diferente da comunhão no Espírito que desfrutamos
com os crentes, comunhão esta que cresce à medida que mantemos um espírito apto
para aprender.
Que possamos ter pastores compromissados com o aprendizado e com o ensino da Palavra de Deus.
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