Cremos na inspiração divina e plenária da Bíblia,
bem como na sua infalibilidade e Inerrância,
como única regra infalível de fé normativa
para a vida e o caráter cristãos
(2Tm 3.14-17).
Desde os
primórdios da civilização o homem, para viver em grupo, necessitou de normas
que regulassem os seus direitos e deveres. Surge assim, após laboriosas
experiências, a Constituição, que, transgredida, priva o cidadão dos bens
maiores: a vida, a liberdade etc. Semelhantemente, no mundo espiritual, Deus
estabeleceu a Bíblia Sagrada como fonte de vida. A Palavra de Deus liberta da
escravidão do pecado os que vivem na mentira. Horace Greeley assim define a
importância da Bíblia: "É impossível escravizar mental ou socialmente um
povo que lê a Bíblia". Os princípios bíblicos são os fundamentos da liberdade
humana: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo
8.32). A Bíblia lida, crida e vivida liberta o homem da escravidão do pecado,
pois quem comete pecado é escravo do pecado. Necessitamos da Bíblia, pois é
alimento para a alma: "Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua
palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome me
chamo, ó Senhor, Deus dos Exércitos" (Jr 15.16).
A Escritura Sagrada
é a segurança para caminharmos no mundo de trevas: "Lâmpada para os meus
pés é a tua palavra e luz para o meu caminho" (SI 119.105). Muitos andam
em trevas por não conhecerem a luz gloriosa de Deus.
A Bíblia é a
maravilhosa biblioteca de Deus com seus sessenta e seis livros. É acima de tudo
a verdade para o fatigado peregrino; é hábil, eficaz e vigoroso cajado. Para os
sobrecarregados e oprimidos pelos fardos da vida, ela é suave descanso; para os
que foram feridos pelos delitos e pecados, é um bálsamo consolador. Aos aflitos
e desesperados, sussurra uma alegre mensagem de esperança. Para os desamparados
e arrastados pelas tormentas da vida, é uma âncora segura; para a solidão, é
uma mão repousante [sic] que acalma e tranqüiliza suas mentes. ** ** Eleanor, L.
Doan.
A autenticidade da Bíblia
A autenticidade
da Bíblia baseia-se na sua infalibilidade e inerrância. Os atributos da
divindade são por ela revelados. Ela é autêntica em tudo, pelo fato de o
próprio Deus ser o seu Autor, e o Espírito Santo, o seu Inspirador. Nela são
autênticas e inerrantes as revelações e os fatos narrados.
Nestes últimos
dias, o racionalismo tem se oposto vorazmente contra a autenticidade, a
infalibilidade e a autoridade da Bíblia. Mas o ateísmo jamais poderá ofuscar a
autenticidade das Escrituras. O problema do ateu em não querer aceitar a Bíblia
como Palavra de Deus está na forma como ele se comporta ao ler as Escrituras,
pelo fato de não querer observar o que ela realmente está dizendo. Uma das
principais afirmações da autenticidade da Bíblia é sustentada por Jesus, quando
diz aos judeus que as Escrituras dão testemunho dEle (Jo 5.39). Ora, se Jesus
já existia antes da fundação do mundo e as Escrituras falam a respeito dEle,
isso de fato prova a autenticidade da Bíblia Sagrada.
Outra passagem
das Escrituras que revela a sua autenticidade é a menção de Jesus ao profeta
Jonas, cujo livro foi escrito aproximadamente 790 anos antes de Cristo. Nessa
passagem Jesus afirma que Jonas esteve no ventre do grande peixe por três dias
e três noites e que o profeta pregou aos ninivitas. Diante disso, chega a ser
grotesco tentar obscurecer ou mesmo contestar a inerrância das Escrituras,
visto que o próprio Jesus Cristo confirmou a sua veracidade: "Santifica-os
na verdade, a tua palavra é a verdade" (Jo 17.17).
A inspiração da Bíblia
A alta crítica,
oriunda do liberalismo teológico que varreu a Europa nos séculos XIX e XX,
recrudesceu a batalha entre a fé e a ciência. Baruch Spinoza, um dos ícones do
modernismo histórico, foi o mais voraz crítico da inspiração bíblica, ao
asseverar que não foi Moisés o autor do Pentateuco. Por isso foi excomungado da
comunidade judaica, morrendo em total isolamento.
Daí para a
frente, as Escrituras tornaram-se o grande alvo dos ataques de filósofos e
teólogos liberais como Harnack, Bultimann, Renan, Schweitzer, Reimarus, Dibelius,
Bultman, Straus e tantos outros que tentaram ridicularizar a Bíblia como livro
inspirado por Deus.
Em face dos mais
densos ataques da Escola Alemã desferidos contra as Escrituras, o
fundamentalismo, movimento antiliberal do século XIX, saiu em defesa da
inspiração plenária das Escrituras.
Conquanto
devamos ter cuidado para não pensar a inspiração como psicografia — que, aliás,
é de origem maligna —, não podemos negar o fato inextirpável de que só o sopro
criativo e inteligente de Deus (graphê theopneustos, 2 Tm 3.16), pôde preservar
a estrutura, a lógica e a coerência que a Bíblia possui.
As Escrituras
tanto falam da inspiração do escritor quanto da inspiração do escrito: um é o
agente, o outro é o efeito. Por exemplo, o texto de 2 Timóteo 3.16 ("Toda
a Escritura é divinamente inspirada") faz referência ao escrito como
inspirado. Já 2 Pedro 1.21 ("Homens santos de Deus falaram inspirados pelo
Espírito Santo") fala do escritor.
A inspiração
plenária da Bíblia é fato incontestável porque assuntos vitais como expiação,
salvação, ressurreição, recompensa e castigo futuros requerem a direção de um
Espírito infalível a fim de se evitarem informações que levem ao erro.
Dentro do mesmo
assunto, destacam-se ainda duas posições que os modernistas não conseguem
negar, embora não concordem com elas: a) a inspiração plenária e verbal da
Bíblia e b) a inspiração e inerrância das Escrituras.
Inspiração
plenária e verbal. Inspiração plenária significa que toda a Bíblia é inspirada
em todas as suas partes. Cristo nunca faz distinção entre os livros da Bíblia
quanto à sua origem divina e autenticidade, mas aplica a expressão
"Palavra de Deus" a todo o cânon do Antigo Testamento. O mesmo fizeram
os apóstolos (2 Tm 3.16).
Inspiração
verbal significa que, na preparação das Santas Escrituras, a superintendência
do Espírito Santo se estende às próprias palavras empregadas. As Escrituras
constantemente afirmam que as suas palavras foram dadas ou dirigidas pelo
Espírito Santo (At 28.25; 1 Co 2.13; 2 Pe 1.21).
Inerrância da
Bíblia. Inerrância não significa que os escritores eram infalíveis, mas que
seus escritos foram preservados de erros. Inerrância significa que a verdade é
transmitida em palavras que, entendidas no sentido em que foram empregadas, não
expressava erro algum.
Verificação
O Antigo
Testamento declara-se escrito sob inspiração especial de Deus. A expressão
"Deus disse" — ou "disse Deus" —, como forte indicador da
chancela divina nos escritos sagrados, é usada mais de 2.600 vezes na Bíblia.
A Lei, os
Salmos, os Profetas, os Evangelhos, as Epístolas, o Apocalipse — enfim, todo o
Antigo Testamento e todo o Novo Testamento —, recebem de Deus um cuidado
especial na sua inspiração. O Novo Testamento cita as leis antigas e faz menção
delas com harmonia. Por isso há uma diferença insondável entre a Bíblia e
qualquer outro livro. Essa diferença deve-se à origem, à forma e à organização
da Bíblia.
Contendo 66
livros escritos por uns quarenta autores, num período de mais ou menos 1.600
anos, abrangendo uma variedade de tópicos, a Bíblia demonstra uma unidade de
tema e propósito que só se explica como tendo ela uma mente diretriz.
Quantos livros
suportam sucessivas leituras? Quantos conseguem ser lidos todos os dias da
vida? A Bíblia pode ser lida não só muitas vezes, mas todos os dias e em todas
as horas da vida. A Bíblia tem o seu lugar reservado em todas as bibliotecas do
mundo, em cada casa e no coração do homem. Ela pode ser lida centenas de vezes,
sem que se possam sondar as suas profundezas e sem que se perca o interesse
pela sua leitura.
A Bíblia está
traduzida em milhares de idiomas e dialetos e é lida em todos os países do
mundo. O tempo não a afeta. É um dos livros mais antigos do mundo e ao mesmo
tempo o mais moderno.
As defesas
intelectuais da Bíblia têm o seu lugar, mas, afinal de contas, o melhor
argumento é o prático. A Bíblia tem produzido resultados práticos indiscutíveis:
tem influenciado civilizações, transformado vidas e trazido luz, inspiração e
conforto a milhões de pessoas. E, nesse e em muitos outros sentidos, a sua obra
ainda continua.
***
Fonte:
Manual de Doutrinas das Assembleias de Deus-CPAD
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