As Escrituras admitem a
possibilidade da inspiração demoníaca como também das supostas mensagens
proféticas que se originam no próprio espírito da pessoa. Apresentamos as
seguintes provas pelas quais se pode distinguir entre a inspiração
verdadeira e a falsa.
(a) Lealdade a Cristo. Quando
estava em Éfeso, Paulo recebeu uma carta da igreja em Corinto contendo
certas perguntas, uma das quais era "concernente aos dons
espirituais", 1Cor. 12:3 sugere uma provável razão para a pergunta.
Durante uma reunião, estando o dom de profecia em operação, ouvia-se uma
voz que gritava: "Jesus é maldito." é possível que algum adivinho
ou devoto do templo pagão houvesse assistido à reunião, e quando
o poder de Deus desceu sobre os cristãos, esses pagãos se entregaram
ao poder do demônio e se opuseram à confissão: "Jesus é Senhor",
com a negação diabólica: "Jesus é maldito!" A história das
missões modernas na China e em outros países oferece casos semelhantes.
Paulo imediatamente explica aos coríntios, desanimados e perplexos, que há duas
classes de inspiração: a divina e a demoníaca, e explica a diferença entre
ambas. Ele lhes lembra os impulsos e êxtases demoníacos que haviam
experimentado ou presenciado em algum templo pagão, e assinala que essa
inspiração conduz à adoração dos ídolos. (1Co 10:20.) De
outra parte, o Espírito de Deus inspira as pessoas a confessarem a
Jesus como Senhor. "Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém
que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém
pode dizer que Jesus é o Senhor senão pelo Espírito Santo" (1Co
12:3; Ap 19:10; Mt 16:16, 17; 1Jo 4:1,2). Naturalmente isso não
significa que a pessoa não pode dizer, como um papagaio, que Jesus é
Senhor. O sentido verdadeiro é que ninguém pode expressar a sincera
convicção sobre a divindade de Jesus sem a iluminação do Espírito Santo.
(Vide Rom. 10:9.)
(b) A prova prática. Os
coríntios eram espirituais no sentido de que mostravam um vivo interesse
nos dons espirituais (1Co 12:1; 14:12). Entretanto, embora gloriando-se no
poder vivificante do Espírito, parecia haver falta do seu poder santificador.
Estavam divididos em facções; a igreja tolerava um caso de imoralidade
indescritível; os irmãos processavam uns aos outros nos tribunais; alguns
estavam retrocedendo para os costumes pagãos; outros participavam da ceia do
Senhor em estado de embriaguez. Podemos estar seguros de que o apóstolo não
julgou asperamente esses convertidos, lembrando-se da vileza pagã da qual
recentemente haviam sido resgatados e das tentações de que estavam rodeados.
Porém ele sentiu que os coríntios deviam ficar impressionados com a verdade de
que por muito importantes que fossem os dons espirituais, o alvo supremo
de seus esforços devia ser: o caráter cristão e a vida reta. Depois de
encorajá-los a que "procurassem os melhores dons" (1Co 12.31),
ele acrescenta o seguinte: "Eu vos mostrarei um caminho ainda mais
excelente." A seguir vem seu sublime discurso sobre o amor divino, a
coroa do caráter cristão. Mas aqui devemos ter cuidado de distinguir as
coisas que diferem entre si.
Aqueles que se opõem ao falar em línguas (que são
antibíblicos em sua atitude, 1Co 14:39), afirmam que se faria melhor buscar o
amor, que é o dom supremo. Eles são culpados de confundir os pensamentos.
O amor não é um dom, mas um fruto do Espírito. O fruto do Espírito é o
desenvolvimento progressivo da vida de Cristo enxertada pela regeneração;
ao passo que os dons podem ser outorgados repentinamente a qualquer crente
cheio do Espírito, em qualquer ponto de sua experiência. O
primeiro representa o poder santificador do Espírito, enquanto o
segundo implica seu poder vivificante. não obstante, ninguém erra em
insistir pela supremacia do caráter cristão. Por muito estranho que
pareça, é um fato comprovado que pessoas deficientes na santidade podem
exibir manifestações dos dons.
Devemos considerar os seguintes fatos:
1) O batismo no Espírito
Santo não faz a pessoa perfeita de uma vez. A dotação de poder é uma
coisa; a madureza nas graças cristãs é outra. Tanto o novo nascimento como o
batismo no Espírito Santo são dons da graça de Deus e revelam sua graça
para conosco. Todavia, pode haver a necessidade duma santificação pessoal
que se obtenha por meio da operação do Espírito Santo, revelando pouco a pouco
a graça de Deus em nós.
2) A operação dos dons não
tem um poder santificador. Balaão experimentou o dom profético, embora
no coração desejasse trair o povo de Deus por dinheiro.
3) Paulo nos diz
claramente da possibilidade de possuir os dons sem possuir o amor. Sérias
conseqüências podem sobrevir àquele que exercita os dons à parte do amor.
Primeiro, ser uma pedra de tropeço constante para aqueles que conhecem seu
verdadeiro caráter; segundo, os dons não lhe são de nenhum proveito. Nenhuma
quantidade de manifestações espirituais, nenhum zelo no ministério, nenhum
resultado alcançado, podem tomar o lugar da santidade pessoal. (Hb 12:14.)
(c) A prova doutrinária. O
Espírito Santo veio para operar na esfera da verdade com relação à deidade
de Cristo e sua obra expiatória. É inconcebível que ele contradissesse o
que já foi revelado por Cristo e seus apóstolos. Portanto,
qualquer profeta, por exemplo, que negue a encarnação de Cristo, não está
falando pelo Espírito de Deus (1Jo 4:2, 3).
Grande artigo, muito bom!
ResponderExcluirHá muitas provas bíblicas e históricas, para comprovação da contemporaneidade dos Dons Espirituais.
Mas prossigamos para o alvo que é Jesus